terça-feira, 12 de julho de 2022

Shamati (24)

 

24. Ele os salva das mãos dos malévolos

(Ouvi em 5 de Av, Tav-Shin-Dalet, 25 de julho de 1944, na conclusão do Zohar)

 

Está escrito: “Vós que amais ao Eterno, repudiai o mal; Ele preserva as almas de Seus fiéis e os salva das mãos dos malévolos” (Salmos 97:10). Ele pergunta: “Qual é a conexão entre ‘odiar o mal’ e ‘Ele os salva das mãos dos malévolos’?”

 

Para entender isso, devemos primeiro trazer as palavras dos nossos sábios: “O mundo foi criado ou para a completa justiça ou para o completo mal.” Ele pergunta: “Vale a pena criar um mundo para o completo mal, mas não vale a pena criá-lo para a justiça incompleta?”

 

Ele responde que a partir da perspectiva do Criador não há nada no mundo que tenha dois significados. Isso só ocorre na perspectiva dos receptores, de acordo com as suas sensações. Isso significa que os receptores ou sentem um gosto bom ou sentem um gosto terrivelmente amargo no mundo, já que cada uma de suas ações é calculada previamente, pois não há ato feito sem propósito. Os indivíduos ou querem melhorar o seu presente estado ou querem prejudicar alguém. Mas coisas sem propósito não são dignas de um operador com propósito.

 

Portanto, aqueles que aceitam os modos de conduta do Criador no mundo o determinam como bom ou mal dependendo de como se sentem: ou bem ou mal. Por isso, “Vós que amais ao Eterno”, os que entendem que o propósito da criação é fazer o bem às Suas criaturas, para que venham a sentir isso, eles entendem que o bem é recebido precisamente através da Dvekut (adesão) e da aproximação com o Criador.

 

Assim, se eles sentem qualquer distância do Criador, chamam isso de “mal”. Nesse estado, o indivíduo se considera mau, pois, na verdade, não existe um estado intermediário. Em outras palavras, ou o indivíduo sente a existência do Criador e a Sua orientação, ou ele imagina que “a Terra é entregue às mãos dos ímpios”.

 

Já que o indivíduo sente sobre si mesmo que é um homem da verdade, ou seja, que não pode enganar a si mesmo e dizer que sente quando não sente, por isso, ele imediatamente começa a chorar ao Criador para que tenha misericórdia dele e remova a autoridade da Sitra Achra (outro lado) e de todos os pensamentos invasivos sobre ele. E porque ele está chorando honestamente, o Criador ouve sua oração. (Talvez seja esse o significado de “O Eterno está sempre próximo dos que O invocam com sinceridade”). Nesse momento “Ele os salva das mãos dos malévolos.”

 

Enquanto o indivíduo não sentir o seu verdadeiro self, ou seja, a medida do seu próprio mal em um nível suficiente para acordá-lo a fazê-lo chorar ao Criador devido à aflição que sente por reconhecer o mal, ele permanece indigno de redenção, pois ainda não revelou o Kli (vaso) para ouvir a oração, chamado de “Do fundo do coração”. Isso ocorre porque o indivíduo ainda pensa que há algum bem nele, então ele não desce até o fundo do coração. No fundo do coração, ele acha que ainda tem algum bem e não percebe com que Amor e Temor se relaciona com a Torá e as Mitzvot (mandamentos). É por isso que ele não enxerga a verdade.

 

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