Qual a razão para o peso que a pessoa sente quando se anula perante o
Criador durante o trabalho?
Ouvi em 12 de Shevat, 6 de fevereiro de 1944
(Tradução de Clarissa Porto Alegre Schmidt)
Devemos saber a razão
do peso que se sente quando se deseja trabalhar para anular o “eu” perante o
Criador, e a não preocupar-se com interesse próprio. Chega-se a um estado em
que é como se o mundo inteiro houvesse parado, e estivéssemos sozinhos; aparentemente
fora deste mundo, deixando de lado a família e amigos, com o propósito de
anular-se perante o Criador.
Há uma razão muito
simples para isto, e ela se chama “falta de fé”. Isto significa que não
enxergamos frente ao quê estamos nos anulando; ou seja, não sentimos a
existência do Criador. Isto provoca peso.
Não obstante, quando
começamos a sentir a existência do Criador, a alma imediatamente deseja
anular-se e conectar-se com a raiz, para integrar-se como “uma vela no interior
de uma tocha”, sem nenhum discernimento mental ou racional. Mas isto ocorre de
forma natural, do mesmo modo que uma vela se anula diante de uma tocha.
Deste modo, conclui-se
que a essência do trabalho consiste somente em alcançar a sensação da
existência do Criador; ou seja, sentir a existência do Criador e que “toda a
Terra está repleta de Sua Glória”. Este será todo o trabalho; em que todo o
vigor e esforço empenhados sejam somente com o objetivo de alcançar aquilo, e
com nenhuma outra finalidade.
Não devemos nos confundir
pensando que teremos que obter algo. Pelo contrário, só existe uma coisa que é
necessária: a fé no Criador. Não se deve pensar em mais nada, o que quer dizer
que a única recompensa que se espera pelo trabalho é a fé no Criador.
É necessário que
saibamos que não existe diferença entre a pequena ou a grande luminosidade que
podemos alcançar. Isso se deve a que não ocorrem transformações na Luz. Pelo
contrário, todas as transformações ocorrem nos Kelim (vasos) que recebem esta abundância, como está escrito em
“Eu, o Senhor, não mudo”. Portanto, se conseguirmos aumentar os próprios vasos,
na mesma medida aumentará a nossa luminosidade.
Ainda assim a questão
é: Como é que se aumentam os vasos? A resposta é: Na medida em que se louve e
se agradeça ao Criador por nos ter trazido para mais perto de Si Mesmo, onde
será possível perceber e pensar na importância de ter sido recompensado com
certa conexão com Ele.
A luminosidade que
cresce dentro de nós será proporcional ao grau de importância com que nos
imaginamos. Devemos saber que jamais chegaremos a conhecer a verdadeira medida
da importância da conexão entre o homem e o Criador, porque não é possível
calcular o seu verdadeiro valor. Por outro lado, quanto mais a
apreciamos, nesta mesma medida captaremos seu valor e sua importância. Há uma
força nisto, através da qual se pode conseguir que essa luminosidade permaneça
de maneira permanente.
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