terça-feira, 24 de abril de 2018

Shamati (4)




Qual a razão para o peso que a pessoa sente quando se anula perante o Criador durante o trabalho?

Ouvi em 12 de Shevat, 6 de fevereiro de 1944

(Tradução de Clarissa Porto Alegre Schmidt)



Devemos saber a razão do peso que se sente quando se deseja trabalhar para anular o “eu” perante o Criador, e a não preocupar-se com interesse próprio. Chega-se a um estado em que é como se o mundo inteiro houvesse parado, e estivéssemos sozinhos; aparentemente fora deste mundo, deixando de lado a família e amigos, com o propósito de anular-se perante o Criador.



Há uma razão muito simples para isto, e ela se chama “falta de fé”. Isto significa que não enxergamos frente ao quê estamos nos anulando; ou seja, não sentimos a existência do Criador. Isto provoca peso.



Não obstante, quando começamos a sentir a existência do Criador, a alma imediatamente deseja anular-se e conectar-se com a raiz, para integrar-se como “uma vela no interior de uma tocha”, sem nenhum discernimento mental ou racional. Mas isto ocorre de forma natural, do mesmo modo que uma vela se anula diante de uma tocha.



Deste modo, conclui-se que a essência do trabalho consiste somente em alcançar a sensação da existência do Criador; ou seja, sentir a existência do Criador e que “toda a Terra está repleta de Sua Glória”. Este será todo o trabalho; em que todo o vigor e esforço empenhados sejam somente com o objetivo de alcançar aquilo, e com nenhuma outra finalidade.



Não devemos nos confundir pensando que teremos que obter algo. Pelo contrário, só existe uma coisa que é necessária: a fé no Criador. Não se deve pensar em mais nada, o que quer dizer que a única recompensa que se espera pelo trabalho é a fé no Criador.



É necessário que saibamos que não existe diferença entre a pequena ou a grande luminosidade que podemos alcançar. Isso se deve a que não ocorrem transformações na Luz. Pelo contrário, todas as transformações ocorrem nos Kelim (vasos) que recebem esta abundância, como está escrito em “Eu, o Senhor, não mudo”. Portanto, se conseguirmos aumentar os próprios vasos, na mesma medida aumentará a nossa luminosidade.



Ainda assim a questão é: Como é que se aumentam os vasos? A resposta é: Na medida em que se louve e se agradeça ao Criador por nos ter trazido para mais perto de Si Mesmo, onde será possível perceber e pensar na importância de ter sido recompensado com certa conexão com Ele.



A luminosidade que cresce dentro de nós será proporcional ao grau de importância com que nos imaginamos. Devemos saber que jamais chegaremos a conhecer a verdadeira medida da importância da conexão entre o homem e o Criador, porque não é possível calcular o seu verdadeiro valor.  Por outro lado, quanto mais a apreciamos, nesta mesma medida captaremos seu valor e sua importância. Há uma força nisto, através da qual se pode conseguir que essa luminosidade permaneça de maneira permanente.

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