Jamais conseguimos abandonar um lugar no qual nunca
estivemos. Por isso, quando alguém me diz que vai abandonar o Kadosh, não me abalo. Só abandona
quem nunca esteve. O problema todo é o estar.
Quando viajamos a um país distante, não estamos,
não enraizamos. Abraão, nosso mestre e pai espiritual, ao receber o comando de
abandonar a sua terra e a sua parentela, conseguiu largar tudo porque nunca
esteve em Ur, na Caldéia. Abraão
sempre esteve em Canaã, a Terra do
Leite e do Mel. Abraão vivia na consciência de Chochmá (mel) e Biná (leite),
mesmo estando, fisicamente, na Mesopotâmia. Assim, quando Hashem lhe disse Lech Lechá,
ele prontamente respondeu: Eineini.
Eu tive um aluno, a quem chamava, carinhosamente, de General Cartaginês. Os cabalistas dão apodos
aos seus alunos e alunas conforme a raiz de suas almas. Ensinei-lhe alguns Segredos de Torah. Eu era um neófito e
ainda cometia esse erro. Ensinei ao General o que era preciso fazer para atrair
a Luz Direta, a Luz de Chochmá, a Luz da Sabedoria.
Ele recebeu a Ohr
Yashar, a mesma e única Luz Direta
que Abraão distribuía a seus alunos e alunas. Como a alma do General estava no
nível vegetal, ele precisou preencher-se
do conhecimento científico, que caracteriza o nível animal. E assim meu aluno foi fazer uma Faculdade de Filosofia e
abandonou a Chochmá Nistará. Não,
não foi ele que a abandonou. O sistema das Sefirot
e dos Partzufim é implacável. Quem
não está pronto, não está pronto. Quando os seus Kelim estiverem preenchidos da Luz
do Conhecimento, o General retornará. E esse será um dia de festa. Já estou
engordando as ovelhas e os cordeiros para esse dia.
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