terça-feira, 28 de julho de 2020

Introdução ao Livro do Zohar (85)



43. Quando o homem nasce, ele imediatamente recebe uma “alma santa”, a Nefesh…

Ah! Se ele pudesse tê-la… mas ele não a tem. Sendo assim, o que de fato temos quando começamos a desejar o Criador?

Entretanto, ela não é de fato uma alma, mas o que vem depois dela, ou seja, sua última categoria, chamada de “ponto” devido à sua pequenez. Esse ponto é inserido no coração do homem, no seu desejo de receber, que se encontra essencialmente no seu coração.

O coração significa todo o nosso egoísmo. Há um ponto no coração - o lado oposto da alma, seu início, sua raiz. É uma pequena parte destinada a tornar-se alma, e terá que superar a inversão a fim de se tornar um verdadeiro ponto da alma.

O sentimos como oposto ao nosso egoísmo. Mesmo se desejo o espiritual, meu desejo é totalmente egoísta. Meu ponto é chamado “um ponto no coração” porque ele está no meio dos meus desejos egoístas, e é o centro do meu coração. Por exemplo, depois de ter satisfeito todos os desejos egoístas deste mundo, agora eu quero abocanhar os prazeres espirituais (não consigo pensar em uma palavra melhor).

Lembre-se desta regra, pois tudo o que você encontra na realidade em geral, você encontrará também em cada um dos Mundos, mesmo na menor das suas partículas.

As mesmas leis que governam o Universo influenciam até a mais microscópica partícula dele. A frase em Hebraico “Prat u Klal Shavim” (o comum e o particular são iguais) explica bem a ideia. Isso ocorre porque não existe nada, nem o menor detalhe, que não consista de cinco estágios da Luz Direta. Tudo o que se encontra nesses cinco estágios propaga-se através dos mundos apenas do nosso primeiro estado ao terceiro. Na verdade, nada mais foi criado além desses estágios da Luz Direta. Cada mínimo detalhe os contém. Portanto, “Prat u Klal Shavim” é a regra geral do Universo, até para a sua menor partícula.

A menor das almas e a soma de todas elas são iguais. Não há nada no Espiritual que seja maior ou menor que qualquer outra coisa. Da mesma forma, se uma alma estiver contra todas as outras 599.999 almas, essa uma será igual a todas as outras. Essa é a propriedade maravilhosa do Mundo Espiritual.

Assim como existem cinco mundos na realidade, que são as Cinco Sefirot de Keter, Hochmá, Biná, Tiferet e Malchut, então também há Cinco Sefirot de Keter, Hochmá, Biná, Tiferet e Malchut em cada um dos Mundos, e mais Cinco Sefirot na menor partícula daquele Mundo.

Tudo é dividido em cinco partes.

Já dissemos que este mundo é dividido nos níveis mineral, vegetal, animal e humano. Eles correspondem às quatro Sefirot de Hochmá, Biná, Tiferet e Malchut, ou, na ordem inversa: Malchut, Tiferet, Biná e Hochmá.

De fato, mesmo na menor partícula de cada espécie do nível mineral, vegetal, animal e humano existem quatro categorias internas: mineral, vegetal, animal e humana. As mesmas existem em uma única espécie, isto é, em uma pessoa, em todos nós.

Agora, vamos entender o que é o homem. Por que precisaríamos pensar sobre qualquer outra coisa? Somos a parte mais ativa do Universo, aquela destinada a elevar tudo ao Criador. Se nós (as almas) nos unificamos com o Criador, então os Palácios, as Vestimentas e os Anjos também se unificarão com Ele, junto conosco (isto é, o Universo inteiro ascenderá ao nível do Criador). Só depende do nosso desejo e do nosso trabalho. Portanto, estudamos o nível “humano”, e a forma com que o homem ascende ao Criador.

Assim, mesmo em uma única pessoa também existem quatro níveis (mineral, vegetal, animal e humano), que são as quatro partes do desejo de receber.

Ao todo, há quatro tipos de desejos, e os chamamos de Aviut zero, um, dois, três e quatro. Todos esses níveis egoístas de um desejo, mineral, vegetal, animal e humano, existem no nosso mundo e são caracterizados pela ideia geral do coração do homem.

O nível mineral é representado pelos desejos corporais de comida, sexo, família e abrigo. O nível vegetal é o desejo por riqueza. O nível animal é o desejo por honra e fama. O nível humano é o desejo por conhecimento. Acima disso, existe apenas o desejo espiritual.

O mesmo existe dentro de nós. Mesmo no nível da estrutura biológica ou físico-química do corpo, há vários minerais, componentes não orgânicos (o nível mineral). Depois, vem as unhas e os cabelos (nível vegetal). O próximo nível é a nossa carne (o nível animal) e, por fim, nossa psicologia interior (nível humano). Ainda assim, todas essas partes pertencem ao nível animal. Acima delas também existe a Natureza Divina que se chama “ponto no coração”. Ao invés de almejar este mundo com sua comida, sexo, família, a busca por riqueza, fama ou até conhecimento, o homem passa a interessar-se por algo maior, que ele nem sabe o que é.

Esse ponto deixa-o inquieto.


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