quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (32)

 

Agora, vamos clarificar o que é a Ohr Makif do Mundo de AK (ou, melhor, Galgalta), que é infinitamente grandiosa e inesgotável. A questão não é que a Luz do Mundo do Infinito seja a Ohr Makif mas, sim, que quando ocorre um Contato de Impacto, a enorme Luz do Mundo do Infinito atinge a tela de Malchut de Rosh Galgalta. Embora desejasse entrar em Behina Dalet, como se o TA nunca tivesse ocorrido, a tela a detém e a reflete, impedindo-a de entrar no Behina Dalet (ver ponto 14).

 

Essa Ohr Hozer praticamente torna-se o vaso de recepção da Luz Superior. Entretanto, há uma grande diferença entre a recepção pelo Behina Dalet antes do TA e a recepção depois disso, com a ajuda da Masach e a Ohr Hozer. Como já dissemos, a Luz que entra em Galgalta é apenas um pequeno raio comparado com o que havia antes do TA.

 

A parcela de Luz Superior que não pôde entrar no Partzuf torna-se a Ohr Makif de Galgalta. Existe uma regra: nada desaparece no Mundo Espiritual, portanto, a Luz do Mundo do Infinito que se destinava a Behina Dalet não desaparece, ela deve realizar sua predestinação de entrar em Malchut. Assim, ela começa preenchendo os Mundos de AK e ABYA, porém de acordo com um princípio totalmente diferente. Com isso, a criação fica apenas com a parte da Luz que pode ser recebida pelo Criador, e não para si mesma.

 

Isso ocorre devido a um grande número de Contatos de Impacto entre a Luz e as Masachim dos Mundos e dos Partzufim, até que Behina Dalet corrija-se com sua ajuda e alcance o estado de absoluta perfeição concebido pelo Criador no início da criação. Então, toda a Luz do Mundo do Infinito a penetrará, mas, dessa vez, a criação será parceira do Criador na sua própria criação, "merecendo" a recepção da Luz. Portanto, o Contato de Impacto entre a Luz e a Masach não leva ao desaparecimento ou à transformação da Luz.

 

Mas, por enquanto, antes da Correção Final (Gmar Tikun), a Luz do Infinito torna-se a Ohr Makif (Luz Circundante), o que significa que ela deverá entrar nesse Partzuf no futuro. Entretanto, neste momento, ela circunda o Partzuf e brilha sobre ele como se fosse "de fora".

 

Essa luminescência externa estende-se por todos os Mundos na forma de correções, capazes de fazer com que Malchut preencha-se completamente com a Luz do Mundo do Infinito.

 

Como já dissemos, a Luz refletida pela tela veste-se na Luz Direta (Ohr Yashar) e serve de Kli para receber a Ohr Pnimi no interior do Guf. A Ohr Hozer é a Kavaná (intenção), graças a qual a Luz pode entrar no Guf em benefício do Criador. A tela tem força suficiente apenas para vestir e receber uma pequena porção da Luz no interior do Toch em comparação com a Luz que preenchia Malchut em Behina Dalet do Mundo de Ein Sof. Os desejos esvaziados formam o Sof do Partzuf, enquanto que a Luz que não pôde entrar neles e, assim, fica ao redor do Partzuf é chamada de "Ohr Makif".

 

No Mundo Espiritual, todos os processos ocorrem de acordo com a relação de causa e efeito. Lá, não existe tempo e nada muda ou desaparece. Tudo o que foi continua a ser, e tudo o que é novo meramente veste-se naqueles. Tudo o que é antecessor continua a existir e é a causa, enquanto que tudo o que é novo torna-se o seu efeito.

 

A tela, que rejeita a Ohr Yashar, não lhe impede de se expandir em Malchut, apenas confere ao processo uma nova forma. Agora, ele ocorre como um recebimento parcial com a ajuda de inúmeros "Zivugey de Haka'a" nos cinco Mundos de AK, Atzilut, Beriá, Yetzirá e Assiyá.

 

Esse processo continua até a Correção Final, quando o Behina Dalet estará corrigido, em completa perfeição. Então, a Luz do Infinito se expandirá dentro dele como havia feito antes do TA. Nesse processo, a Masach não introduz nada que possa interferir na realização da perfeição.

 

A Luz do Mundo do Infinito não descansará até preencher toda Malchut. Até que isso ocorra, ela a circundará de fora como Ohr Makif, pronta para entrar no instante em que a tela surgir. A luminescência da Ohr Makif é capaz de corrigir Malchut e permitir que ela receba a Luz no seu interior.

 

A Luz golpeia a tela, pois essa é a sua natureza, como se quisesse preencher o Behina Aleph, então, depois, ela deseja constantemente preencher o vaso de recepção (o "desejo de receber"). Por exemplo, às vezes o homem tem como que um desejo oculto, então o prazer externo o atinge e desperta esse desejo, aumentando-o. Com isso, o homem passa a sentir que esse prazer deseja entrar nele.

 

No Mundo Espiritual, cada ação é nova, pois a criação realiza um Zivug de Haka'a em cada nova porção do "desejo de receber" ainda não incluído na correção. Cada nova ação é o efeito da anterior e a causa da ação subsequente. A Luz que emana do Criador é a mesma Luz simples, mas a cada novo desejo, o Kli escolhe os diversos tipos de prazer nela contidos que correspondam a esse novo desejo.

 

Tudo depende do Kli. De acordo com suas propriedades internas, seus desejos (se deseja receber por benefício próprio ou pelo do Criador, ou até se deseja de fato receber), ele distingue certos tipos de prazer na Luz. O vaso (Kli) deve ser criado a fim de conseguir selecionar todos aqueles inúmeros prazeres da Luz, incorporados nela desde o início.

 

Por um lado, a Luz que emana do Criador cria as Masachim, telas, que auxiliam no preenchimento gradual das diferentes partes de Malchut com a Luz, e isso continua até a Gmar Tikun. Por outro lado, devemos dizer que a Luz é a causa do aumento do desejo no Kli, sobre o qual deve trabalhar muito a fim de criar sua própria tela.

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