Agora, vamos clarificar o que é a Ohr Makif do Mundo de AK (ou, melhor, Galgalta), que é infinitamente grandiosa e inesgotável. A questão não é que a Luz do Mundo do Infinito seja a Ohr Makif mas, sim, que quando ocorre um Contato de Impacto, a enorme Luz do Mundo do Infinito atinge a tela de Malchut de Rosh Galgalta. Embora desejasse entrar em Behina Dalet, como se o TA nunca tivesse ocorrido, a tela a detém e a reflete, impedindo-a de entrar no Behina Dalet (ver ponto 14).
Essa Ohr Hozer praticamente
torna-se o vaso de recepção da Luz Superior. Entretanto, há uma grande
diferença entre a recepção pelo Behina Dalet antes do TA e a recepção depois
disso, com a ajuda da Masach e a Ohr Hozer. Como já dissemos, a Luz que entra
em Galgalta é apenas um pequeno raio comparado com o que havia antes do TA.
A parcela de Luz Superior que não
pôde entrar no Partzuf torna-se a Ohr Makif de Galgalta. Existe uma regra: nada
desaparece no Mundo Espiritual, portanto, a Luz do Mundo do Infinito que se destinava
a Behina Dalet não desaparece, ela deve realizar sua predestinação de entrar em
Malchut. Assim, ela começa preenchendo os Mundos de AK e ABYA, porém de acordo
com um princípio totalmente diferente. Com isso, a criação fica apenas com a
parte da Luz que pode ser recebida pelo Criador, e não para si mesma.
Isso ocorre devido a um grande
número de Contatos de Impacto entre a Luz e as Masachim dos Mundos e dos
Partzufim, até que Behina Dalet corrija-se com sua ajuda e alcance o estado de
absoluta perfeição concebido pelo Criador no início da criação. Então, toda a
Luz do Mundo do Infinito a penetrará, mas, dessa vez, a criação será parceira
do Criador na sua própria criação, "merecendo" a recepção da Luz.
Portanto, o Contato de Impacto entre a Luz e a Masach não leva ao
desaparecimento ou à transformação da Luz.
Mas, por enquanto, antes da
Correção Final (Gmar Tikun), a Luz do Infinito torna-se a Ohr Makif (Luz
Circundante), o que significa que ela deverá entrar nesse Partzuf no futuro.
Entretanto, neste momento, ela circunda o Partzuf e brilha sobre ele como se
fosse "de fora".
Essa luminescência externa estende-se por todos os Mundos na forma
de correções, capazes de fazer com que Malchut preencha-se completamente com a
Luz do Mundo do Infinito.
Como já dissemos, a Luz refletida pela tela veste-se na Luz Direta
(Ohr Yashar) e serve de Kli para receber a Ohr Pnimi no interior do Guf.
A Ohr Hozer é a Kavaná (intenção), graças a qual a Luz pode entrar no Guf em benefício do Criador. A tela tem
força suficiente apenas para vestir e receber uma pequena porção da Luz no
interior do Toch em comparação com a
Luz que preenchia Malchut em Behina Dalet do Mundo de Ein Sof. Os desejos esvaziados formam o Sof do Partzuf, enquanto que a Luz que não pôde entrar neles e, assim,
fica ao redor do Partzuf é chamada de
"Ohr Makif".
No Mundo Espiritual, todos os processos ocorrem de acordo com a
relação de causa e efeito. Lá, não existe tempo e nada muda ou desaparece. Tudo
o que foi continua a ser, e tudo o que é novo meramente veste-se naqueles. Tudo
o que é antecessor continua a existir e é a causa, enquanto que tudo o que é
novo torna-se o seu efeito.
A tela, que rejeita a Ohr
Yashar, não lhe impede de se expandir em Malchut, apenas confere ao processo uma nova forma. Agora, ele
ocorre como um recebimento parcial com a ajuda de inúmeros "Zivugey de Haka'a" nos cinco Mundos
de AK, Atzilut, Beriá, Yetzirá e Assiyá.
Esse processo continua até a Correção Final, quando o Behina Dalet estará corrigido, em
completa perfeição. Então, a Luz do Infinito se expandirá dentro dele como
havia feito antes do TA. Nesse
processo, a Masach não introduz nada
que possa interferir na realização da perfeição.
A Luz do Mundo do Infinito não descansará até preencher toda Malchut. Até que isso ocorra, ela a
circundará de fora como Ohr Makif,
pronta para entrar no instante em que a tela surgir. A luminescência da Ohr Makif é capaz de corrigir Malchut e permitir que ela receba a Luz
no seu interior.
A Luz golpeia a tela, pois essa é a sua natureza, como se quisesse
preencher o Behina Aleph, então,
depois, ela deseja constantemente preencher o vaso de recepção (o "desejo
de receber"). Por exemplo, às vezes o homem tem como que um desejo oculto,
então o prazer externo o atinge e desperta esse desejo, aumentando-o. Com isso,
o homem passa a sentir que esse prazer deseja entrar nele.
No Mundo Espiritual, cada ação é nova, pois a criação realiza um Zivug de Haka'a em cada nova porção do
"desejo de receber" ainda não incluído na correção. Cada nova ação é
o efeito da anterior e a causa da ação subsequente. A Luz que emana do Criador
é a mesma Luz simples, mas a cada novo desejo, o Kli escolhe os diversos tipos de prazer nela contidos que
correspondam a esse novo desejo.
Tudo depende do Kli. De
acordo com suas propriedades internas, seus desejos (se deseja receber por
benefício próprio ou pelo do Criador, ou até se deseja de fato receber), ele
distingue certos tipos de prazer na Luz. O vaso (Kli) deve ser criado a fim de conseguir selecionar todos aqueles
inúmeros prazeres da Luz, incorporados nela desde o início.
Por um lado, a Luz que emana do
Criador cria as Masachim, telas, que
auxiliam no preenchimento gradual das diferentes partes de Malchut com a Luz, e isso continua até a Gmar Tikun. Por outro lado, devemos dizer que a Luz é a causa do
aumento do desejo no Kli, sobre o
qual deve trabalhar muito a fim de criar sua própria tela.
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