Dá-me mais
No entanto, na prática a questão não é tão simples nem tão
idílica como poderia parecer. Ashlag mesmo aponta uma parte da complexidade da
condição humana em seu ensaio “Paz no mundo”:
"Todos e cada um dos indivíduos se sentem como se fossem os
únicos governantes no mundo do Criador, e que todos aqueles que também foram
criados somente o foram para facilitar e melhorar as suas próprias vidas, até o
grau de não sentirem nenhuma obrigação de dar nada em troca. E em palavras
simples diremos que a natureza de todos e de cada um dos indivíduos é a de
explorar as vidas de todos os demais para seu único e próprio benefício, e que
tudo o que alguém dá para o outro é somente por obrigação".
Claro está que esta é uma caracterização exagerada das coisas
e que tu não sentes isso o tempo todo, e que talvez até nem sintas. No entanto,
quando desces ao fundo da tua alma, encontras coisas que não sabias que estavam
lá. No princípio, isso pode parecer similar à descrição extrema de Ashlag, e é
bom recordar que em Kabbalah esse interesse excessivo por si mesmo é crucial no
processo de autoconsciência que conduz à correção.
De fato, existe uma razão para certas condutas que até os
nossos pais criticavam como sendo simples e puro egocentrismo. Os cabalistas
chamam a esse sentimento de egoísmo. E esse egoísmo extremo, quando corrigido,
se converte no mais alto nível de altruísmo e benevolência.
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