quarta-feira, 14 de abril de 2021

Kabbalah Sem Segredos (26)


Dá-me mais

 

No entanto, na prática a questão não é tão simples nem tão idílica como poderia parecer. Ashlag mesmo aponta uma parte da complexidade da condição humana em seu ensaio “Paz no mundo”:

 

"Todos e cada um dos indivíduos se sentem como se fossem os únicos governantes no mundo do Criador, e que todos aqueles que também foram criados somente o foram para facilitar e melhorar as suas próprias vidas, até o grau de não sentirem nenhuma obrigação de dar nada em troca. E em palavras simples diremos que a natureza de todos e de cada um dos indivíduos é a de explorar as vidas de todos os demais para seu único e próprio benefício, e que tudo o que alguém dá para o outro é somente por obrigação".

 

Claro está que esta é uma caracterização exagerada das coisas e que tu não sentes isso o tempo todo, e que talvez até nem sintas. No entanto, quando desces ao fundo da tua alma, encontras coisas que não sabias que estavam lá. No princípio, isso pode parecer similar à descrição extrema de Ashlag, e é bom recordar que em Kabbalah esse interesse excessivo por si mesmo é crucial no processo de autoconsciência que conduz à correção.

 

De fato, existe uma razão para certas condutas que até os nossos pais criticavam como sendo simples e puro egocentrismo. Os cabalistas chamam a esse sentimento de egoísmo. E esse egoísmo extremo, quando corrigido, se converte no mais alto nível de altruísmo e benevolência.

 

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