quinta-feira, 27 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (38)

 

A (inexistente) realidade objetiva

 

Nossa compreensão do que sentimos baseia-se nos genes que herdamos, em nossas experiências, em nossa socialização e no que aprendemos ao longo da vida. Tudo é muito subjetivo. Sem importar o que captam os nossos sentidos, o que acabamos por compreender e nossa própria forma de atuar quanto a isso são coisas muito pessoais.

 

Por exemplo, se fôssemos surdos, ainda assim haveria sons ao nosso redor? Não existiria o som da música e o rugido dos aviões sobre nós? Os pássaros deixariam de cantar se não fôssemos capazes de ouvi-los? Sim, para nós, surdos, seria assim. Não há modo de explicar a um surdo como canta um Sabiá. Mais ainda, duas pessoas não experimentam as mesmas emoções quando ouvem um Sabiá. Tudo o que sentimos é completamente subjetivo. Essa é a razão pela qual os cabalistas apenas podem nos sugerir como é o mundo espiritual. O percurso através dele teremos que fazer por nossa própria conta.

 

Não parece óbvio que existam outras alternativas para a nossa versão da realidade? E essas alternativas podem nos ajudar a elaborar melhores juízos sobre o que percebemos. Além disso, nosso comportamento subsequente pode nos guiar a resultados mais positivos para nós mesmos e para o mundo. A Kabbalah reconhece isso e oferece uma alternativa.

 

Tudo o que eu e tu acreditamos que existe fora de nós mesmos, na realidade existe dentro da gente. Assim, quando falamos da realidade objetiva, nos referimos ao que vemos como objetivo através da lente de nossa própria percepção. Ou seja, sempre nos referimos a um ponto de vista que é, por natureza, subjetivo.

 

No caminho: Eis um aspecto da natureza humana: dada nossa percepção subjetiva, nunca podemos apreender ou explicar a natureza com objetividade, pois nós a captamos através de nossos cinco sentidos. Mais ainda, não somos capazes de explicar a natureza, mas somente a nossa própria compreensão da natureza. A apreensão e as explicações que oferecemos, no final das contas, são uma manifestação de nossos cérebros em funcionamento. Um dos nossos dons como seres humanos é a capacidade de conhecer isso acerca de nós mesmos e de aprender a manejar isso com inteligência.

 

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