sexta-feira, 28 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (39)

  

Livre Arbítrio

 

Durante muito tempo se disse que a gente só é feliz de verdade quando é realmente livre: livre de ataduras, livre de opressões e livre para tomar suas decisões. De igual forma, as pessoas de fé se perguntaram durante muito tempo como conciliar o conceito de livre arbítrio com a existência de um poder superior e, no caso dos cabalistas, do Criador. O desejo simples do Criador é que tu e eu estejamos satisfeitos e nos sintamos alegres. Esse estado somente pode ocorrer quando alcançamos o Seu estado, o Seu grau de consciência. E isso só acontece quando o desejo de receber prazer é igual ao desejo do Criador de dar prazer. Se isso te parece redundante, circular, o é. Trata-se da reciprocidade que nos acerca ainda mais da perfeição e do desejo do Criador para conosco. Então, como reconciliamos essa ideia de livre arbítrio com o que o Criador deseja para nós?

 

Eis aqui a lógica cabalística, passo a passo:

 

1.    O Criador é absolutamente benevolente;

2.    * Como consequência disso, Ele deseja levar-nos ao estado de bem absoluto;

3.    * O estado de bem absoluto é Seu próprio estado;

4.    * Isto significa que temos que chegar a ser como Ele: benevolentes;

5.    

Portanto, devemos chegar a sentir que Seu estado, a benevolência, é o estado do bem absoluto. Noutras palavras, precisamos eleger isso com nosso próprio livre arbítrio;

6.    O livre arbítrio somente pode acontecer com a condição de que o Criador não aplique força alguma sobre nós, de forma que sejamos independentes Dele;

7.    Ele está oculto e nos deu a existência neste mundo;

8.    Sem senti-lo como temível ou bom, senão através de um estado completamente “neutro”, podemos decidir com liberdade que ser como Ele é o bem absoluto.

 

Numa certa ocasião, o rabino Yehuda Ashlag escreveu a seguinte alegoria numa carta a um aluno:

 

“Era uma vez um rei que queria saber quais dos seus súditos eram confiáveis. Anunciou que qualquer pessoa que quisesse vir trabalhar para ele seria recompensada com generosidade e com uma janta festiva, digna de reis. Não havia ninguém no portão de entrada, somente um letreiro indicava para onde se dirigir e o que fazer, mas nenhum guarda supervisionava os candidatos. Aqueles que se sentaram em lugares designados foram expostos, sem sabê-lo, a um pó mágico, e os que se sentaram em lugares não designados, não. Pela tarde, quando todo o mundo se sentou à mesa, aqueles que sentaram nos lugares designados, desfrutaram muito da janta. Para os outros, a comida foi a pior que já haviam degustado na vida. Somente os que escolherem livremente seguir a recomendação do rei foram premiados com o prazer que o próprio rei desfrutava.

 

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