domingo, 15 de janeiro de 2023

Shamati (109)

 

109. Dois tipos de carne

(Ouvi em 20 de Cheshvan)

 

Geralmente, distinguimos entre dois tipos de carne: carne de animal e carne de peixe, e em ambas há sinais de Tuma’a (Impureza). A Torá nos dá sinais pelos quais saber como evitá-las a fim de não cair no domínio da Tuma’a que há nelas.

 

No peixe, há os sinais das barbatanas e das escamas. Quando esses sinais são vistos no peixe, sabe-se como ser cuidadoso e não cair nas mãos da Tuma’a. Snapir (Barbatana) indica Soneh-Peh-Ohr (Odiar-Boca-Luz). Isso se refere a Malchut, chamada “Boca”, e todas as Luzes vêm dela, a qual é discernida como fé.

 

Quando o indivíduo vê que está no estado de um sabor de poeira, num momento em que deveria acreditar, ele sabe, com certeza, que deveria corrigir suas ações. Isso é chamado “Shechiná (Divindade) no pó”, e o indivíduo deveria rezar para levantar a Shechiná do pó.

 

Kaskeset (Escamas) significa que num momento de Snapir ele não é capaz de nenhum Trabalho. Mas quando superar o Snapir, uma questão a respeito da Providência aparece na sua mente. Isso é chamado Kash (Palha), e então ele cai do Trabalho. Depois, ele se fortalece e começa a trabalhar acima da razão, e outra dúvida sobre a Providência aparece na sua mente.

 

Assim, ele tem Kash duas vezes, as quais são Kas-Keset. Sempre que supera acima da razão, ele ascende e depois descende. Então, o indivíduo vê que não consegue superar devido à proliferação de dúvidas. Nesse estado, ele não tem outra escolha a não ser chorar ao Criador, como está escrito: “E os filhos de Israel suspiraram pelo trabalho e gemeram, e os seus clamores pelo trabalho subiram a Deus” (Êxodo 2:23), e Ele os retirou do Egito, ou seja, de todos as dificuldades.

 

Nossos sábios declararam uma regra famosa, de que o Criador diz “Ele e Eu não podemos habitar na mesma morada”, pois estão em oposição um ao outro. É assim porque há dois corpos no homem, o corpo interno e o corpo externo. O sustento espiritual veste o corpo interno, discernido como fé e doação, chamado “Mente e Coração”. E o corpo externo tem o sustento corpóreo, que é Saber e Receber.

 

No meio, entre o corpo interno e o corpo externo, há um corpo intermediário, o qual não carrega o próprio nome. Ao invés disso, se o indivíduo faz boas ações, o corpo intermediário se une ao corpo interno. E se o indivíduo faz más ações, o corpo intermediário se une ao corpo externo. Portanto, ou o indivíduo tem sustento corpóreo ou sustento espiritual.

 

Assim, como há oposição entre o interno e o externo, se o corpo intermediário se une ao corpo interno, isso é considerada a morte do corpo externo. E se ele se une ao corpo externo, é a morte do corpo interno, pois nesse estado a escolha está no corpo intermediário: continuar a aderir à Kedushá (Santidade) ou o contrário.

 

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