quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Shamati (117)

 

117. Trabalhou e não encontrou? Não acredite.

(Eu ouvi)

 

A necessidade do Trabalho é uma exigência. Já que o Criador dá um presente ao homem, Ele quer que o homem sinta o benefício nesse presente. Senão, a pessoa seria como um tolo, como disseram os nossos sábios: “Quem é um tolo? Aquele que perde o que lhe foi dado.” Porque não aprecia a importância da questão ele não presta atenção na preservação do presente.

 

Há uma regra de que o indivíduo não sente importância em nada se ele não tem necessidade por alguma coisa. Na medida da necessidade e do sofrimento, se ela não é atendida, nessa exata medida o indivíduo sente alegria, prazer e contentamento na satisfação da necessidade. É como alguém que recebe todo tipo de boas bebidas, mas se ele não está com sede, não vai sentir nada, como está escrito, “Como água gelada para uma alma fraca.”

 

Portanto, há um costume quando refeições são servidas a fim de agradar as pessoas: Quando preparamos carne e peixe, e todo tipo de coisas boas, tratamos de servir também coisas amargas e quentes, como mostarda, pimentas, comidas azedas e salgadas. Tudo isso é para evocar o sofrimento da fome, pois quando o coração sente um sabor apimentado e amargo, ele evoca a fome e a deficiência, as quais o indivíduo precisa satisfazer com a refeição das coisas boas.

 

Ninguém perguntaria: “Por que eu preciso despertar a fome? Afinal, não deveria o anfitrião preparar apenas a satisfação para a necessidade, ou seja, a refeição, e não preparar coisas que evocam a necessidade de saciação?” A resposta óbvia é que, como o anfitrião quer que as pessoas apreciem a refeição, é na mesma medida em que elas têm uma necessidade pela comida que vão apreciar a refeição. Segue-se que, se ele fornece muitas coisas boas, isso ainda não as ajudará a apreciar a refeição devido à razão acima de que não há preenchimento sem uma falta.

 

Portanto, para ser recompensado com a Luz do Criador, é preciso também haver uma necessidade. E a necessidade para isso é o Trabalho. Na medida em que o indivíduo se esforça e pede pelo o Criador durante a maior Ocultação, nessa medida ele se torna necessitado do Criador, para que o Criador lhe abra os olhos a fim de andar no Caminho do Criador. Então, quando o indivíduo tem esse Kli (Vaso) de uma deficiência, quando o Criador lhe dá alguma ajuda de Cima, ele saberá como guardar esse presente. Acontece que o Trabalho é considerado Achoraim (Posterior, de costas). E quando ele recebe o Achoraim, ele tem um lugar no qual ser recompensado com o Panim (Face, de frente).

 

Sobre isso, é dito: “Um tolo não tem desejo pela Sabedoria.” Isso significa que ele não tem uma necessidade forte para se esforçar a fim de obter Sabedoria. Portanto, ele não tem Achoraim, e, naturalmente, não pode ser premiado com o Discernimento de Panim.

 

Esse é o significado de “Assim como é o sofrimento será a recompensa”. Ou seja, o sofrimento, chamado “Trabalho”, faz o Kli (VBaso), para que o indivíduo seja premiado com a Recompensa. Isso significa que, na medida em que ele se arrepende, nessa medida ele pode, depois, ser recompensado com alegria e prazer.

 

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